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Papa nomeia padre de Brasília como novo Bispo da Diocese de Tocantinópolis; conheça biografia

O Papa Francisco nomeou como novo Bispo diocesano da Diocese de Tocantinópolis (TO), o Monsenhor Carlos Henrique Silva Oliveira, do clero da Arquidiocese de Brasília. A diocese tocantinense encontrava-se vacante desde a nomeação, em janeiro de 2023, de dom Giovane Pereira de Melo para a recém-criada diocese de Araguaína (TO).

O novo Bispo, até então, colaborava com o Cardeal Paulo Cezar Costa, Arcebispo de Brasília, no ofício de Vigário Episcopal e também como pároco da Paróquia Santo Cura d’Ars, na Asa Sul.

Biografia e trajetória eclesial

Padre Carlos Henrique nasceu em 13 de agosto de 1972 em Brasília (DF), filho de Adelino Oliveira e Maria da Assunção da Silva Oliveira.

Cursou Filosofia e Teologia no seminário maior arquidiocesano de Brasília de 1995 a 2001; possui pós-graduação em Teologia pela Faculdade de Teologia da arquidiocese de Brasília, a FATEO, desenvolvida de 2017 a 2018. Também possui pós-gradução em Direito Canônico Familiar. Atualmente é mestrando em Direito Canônico no Instituto superior de Direito Canônico do Rio de Janeiro (RJ), com extensão em Goiânia (GO)

Ordenou-se diácono em 8 de dezembro 2001 e sacerdote em 7 dezembro 2002. Na arquidiocese de Brasília exerceu o sacerdócio  nas paróquias de Santíssima Trindade, no Gama, de 2003 a 2007; Santo Inácio de Loyola, em Samambaia (DF) de 2011 a 2014; São Pedro de Alcântara, no Lago Sul (DF) de 2014 a 2022; e Santo Cura d’Ars, na Asa Sul, de 2023 a 2024.. Ele foi missionário na Missão da Igreja de Brasília em Roraima, nas paróquias de Nossa Senhora do Livramento e São José Operário, em Caracaraí (RR) de 2007 a 2010.

Na arquidiocese de Brasília exerceu os ofícios de Vigário episcopal para Promoção Humana e Obras Sociais de 2014 a 2021; Presidiu as Obras de Assistência e Serviços Sociais de 2014 a 2021; a Cáritas arquidiocesana de 2015 a 2024; Também presidiu a Comissão para a proteção de Menores e Vulneráveis de 2021 a 2024; foi Juiz auditor no Tribunal Arquidiocesano de 2011 a 2024; e vigário episcopal do Vicariato Centro de 2023 a 2024.

Abaixo, o novo Bispo se dirige ao Santo Padre e aos fiéis da Diocese de Tocantinópolis.

Querido povo de Deus da Diocese de Tocantinópolis

Brasília-DF, 19 de março de 2024

Estimado D. Giovane Pereira de Melo, Bispo da diocese de Araguaína (TO) e Administrador Apostólico da Diocese de Tocantinópolis (TO).

Caríssimos presbíteros, diáconos, seminaristas, religiosas;

Querido povo de Deus.

Louvado Seja o Nosso Senhor Jesus Cristo!

No meio de vós, como aquele que serve” (Lc 22, 27).

O Santo Padre, o Papa Francisco nomeou-me Bispo diocesano de Tocantinópolis. Recebi com surpresa, surpresa de Deus, mas também como dom e serviço à Igreja que está no extremo norte do estado de Tocantins. Elevo a minha mente e coração ao Santo Padre e lhe sou grato pela graça recebida. Minha gratidão à Nunciatura Apostólica na pessoa do senhor núncio Apostólico D. Giambattista Diquattro pelo trabalho à Igreja no Brasil. Especialmente, quero manifestar minha gratidão à Arquidiocese de Brasília na pessoa de D. Paulo Cezar Costa.

Estimado D. Giovane, minha saudação cordial e gratidão por sua dedicação à diocese de Tocantinópolis. Quero saudar meus irmãos e irmãs na fé presentes nas paróquias e a todas as lideranças paroquiais e diocesanas.

Caríssimo povo de Deus da diocese de Tocantinópolis, manifesto a minha alegria no Senhor por saber que Ele me chama a estar com vocês como servidor na ordem episcopal. Cônscio que a Diocese de Tocantinópolis tem a sua história, dela desejo participar. Ao ser nomeado Bispo escolhi como lema: “no meio de vós, como aquele que serve” (Lc 22,27). Quero ser servidor d’Aquele que quando entrou no mundo disse: “eis que eu vim fazer a tua vontade” (Heb 10, 9a). Quero fazer história com vocês, trabalhar com vocês, servindo-vos com alegria, especialmente servir os mais necessitados com palavras e atitudes, de forma afetiva e efetiva por amor a Cristo.

Que o Senhor da Vinha nos conceda ser uma Igreja discípula-missionária, samaritana, acolhedora, caminhando juntos, visando ser testemunha e dar testemunho da presença do Reino de Deus que já está em curso.

Que sejamos amparados e acompanhados por nossa Senhora da Consolação, a sempre Virgem Maria e seu esposo São José na jornada rumo ao Reino definitivo.

Deus abençoe a todos!

Mons. Carlos Henrique Silva Oliveira

Bispo eleito de Tocantinópolis

Diocese de Tocantinópolis estava vacante desde abril de 2023

Monsenhor Carlos Henrique assumirá a Diocese de Tocantinópolis que está situada no norte do estado de Tocantins e conta com uma população de pouco mais de 150 mil habitantes segundo o último senso. A diocese tem um território de 15.761,29 km², tendo sido criada há 43 anos, em 1980.

Segundo informações do portal da diocese, ela é composta por 25 municípios do chamado bico do papagaio tocantinense e tem sua história iniciada antes de sua criação com a evangelização no século XVI pelos jesuítas, originários de São Luís do Maranhão. No entanto, essa missão não logrou continuidade, devido à escassez populacional e, posteriormente, à supressão no Brasil da Companhia de Jesus, também conhecida como padres jesuítas.

No início do século XIX, muitos maranhenses migraram para as margens do Rio Tocantins, também chamado de Rio dos Tucanos na língua tupi, fixando-se no local a partir de 1818. Nessa época, os capuchinhos italianos retomaram o trabalho missionário. Frei Francisco de Monte São Vítor edificou na Boa Vista (antigo nome da sede diocesana) uma capelinha em honra ao Divino Espírito Santo, retomando as missões junto aos indígenas Apinajé, às margens do mesmo rio. No entanto, Frei Francisco foi logo expulso devido à oposição que fez às injustiças locais e à perseguição maçônica.

Apesar dos desafios, o arraial da Boa Vista cresceu e se desenvolveu. Em 3 de julho de 1852, o governo estadual criou a Paróquia de Nossa Senhora da Consolação da Boa Vista. O primeiro pároco encomendado, Pe. Ignácio Joaquim Cortez, foi nomeado apenas em 5 de julho de 1859 pelo Bispo de Goiás, mas veio a falecer em 1876.

Por volta de 1862, através de Frei Savino de Rimini, os freis capuchinhos voltaram a missionar a região de São Vicente Ferrer, no norte da paróquia, hoje cidade de Araguatins, e toda a margem direita do Araguaia, atendendo aos indígenas Apinajé e aos Carajá-Xambioá. No entanto, novamente foram expulsos devido às numerosas perseguições da maçonaria. Naquela época, a paróquia Nossa Senhora da Consolação compreendia uma extensão ainda maior que a atual área da diocese, mas quase toda despovoada.

Depois de um período sob a responsabilidade dos padres diocesanos, a freguesia foi entregue, em 1888, aos Jesuítas até ser assumida pela Missão Dominicana de Porto Nacional. Ordenado um filho da terra em 1897, Pe. João de Souza Lima foi nomeado pároco e conduziu a paróquia em meio a muitas vicissitudes políticas. Pe. João de Sousa Lima liderou duas das três revoluções em Tocantinópolis, onde aglutinava religiosidade e coronelismo, detendo o poder absoluto por um longo tempo. Num pequeno intervalo em que esteve suspenso de ordens, de 1904 a 1908, os dominicanos administraram diretamente a paróquia. Readmitido às ordens, reassumiu a administração paroquial até sua morte em 29 de setembro de 1947.

Em 1952, os Orionitas da Pequena Obra da Divina Providência assumiram o cuidado da missão que deu origem à Prelazia e depois à Diocese de Tocantinópolis.

O território da diocese inicialmente pertenceu à diocese de Goiás desde 6 de dezembro de 1745 até que foi criada a diocese de Porto Nacional em 20 de dezembro de 1915. Dom Alano de Noday, dominicano francês, segundo bispo de Porto Nacional, logo buscou dividir sua imensa diocese. Assim, foi criada a nova Prelazia de Tocantinópolis em 20 de dezembro de 1954 pela Bula Ceu pastor do Papa Pio XII, abrangendo os territórios dos municípios de Tocantinópolis, Itaguatins, Araguatins, Filadélfia e Babaçulândia, e entregue aos Filhos da Divina Providência, tendo Mons. Quinto Tonini como administrador apostólico.

A eleição de Dom Cornélio Chizzini em 28 de abril de 1962 pelo Papa João XXIII deu à nova prelazia seu primeiro bispo, que a governou até sua morte em 1981. Nesse período, a prelazia recebeu parte do território da Prelazia de Cristalândia, quando foi criada a Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus em Arapoema. A prelazia foi elevada à diocese em 14 de novembro de 1980 pela Bula Conferentia episcopalis brasiliensis, de Sua Santidade o Papa João Paulo II.

A diocese também tem atendido, por mútuo acordo entre os bispos do Tocantins, as comunidades de Bernardo Sayão, no território da diocese de Miracema do Tocantins, e a Paróquia de São Sebastião de Couto Magalhães, que além do município sede, engloba o município de Juarina, da Prelazia de Cristalândia. Esse acordo durou até julho de 2010, quando esses territórios, em comum acordo dos bispos da Província de Palmas, foram entregues à Diocese de Miracema do Tocantins.

O segundo bispo da diocese foi Dom Aloísio Hilário de Pinho. Nomeado em 18 de outubro de 1981 pelo Papa João Paulo II e ordenado bispo no dia 20 de dezembro de 1981, Dom Aloísio ficou à frente da diocese de 1982 até o ano de 1999, onde realizou intenso trabalho de evangelização junto aos menos favorecidos. Em 22 de dezembro de 1999, Dom Aloísio foi eleito bispo para a diocese de Jataí – GO. Com a saída de Dom Aloísio, a diocese ficou sob a administração apostólica de Dom José Buck da Diocese de Miracema do Tocantins, até ser nomeado novo bispo para Tocantinópolis.

Dom Miguel Ângelo de Freitas Ribeiro, terceiro bispo da diocese, foi nomeado em 17 de janeiro de 2001, ordenado bispo no dia 31 de março de 2001 e tomou posse da diocese em 21 de abril de 2001 em Tocantinópolis TO. Em 2007, deixou a diocese de Tocantinópolis sendo nomeado bispo para a diocese de Oliveira – MG. Com a saída de Dom Miguel, a diocese ficou sob a administração apostólica de Dom Frei José Soares Filho, bispo de Carolina- MA.

Dom Giovane Pereira de Melo foi nomeado pelo Papa Bento XVI em 04 de março de 2009, ordenado bispo no dia 8 de maio, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Rondonópolis (MT) e tomou posse em 24 de maio de 2009, na Catedral Nossa Senhora da Consolação, em Tocantinópolis (TO) como quarto bispo da diocese, permanecendo até o dia 31 de janeiro de 2023, quando foi nomeado para a Diocese de Araguaína. Neste período de Sé Vacante, Dom Giovane permaneceu como administrador apostólico.

Fonte: AF Noticias