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Testemunhas são intimadas, mas não aparecem para prestar depoimento sobre lixo hospitalar

Polícia Civil deve fazer condução coercitiva de funcionários ligados a empresas. Investigação começou após fiscais encontrarem quase 200 toneladas de lixo irregular em Araguaína.

Somente duas pessoas foram ouvidas até o momento nas investigações sobre o lixo hospitalar encontrado em um galpão irregular no distrito agroindustrial de Araguaína. De acordo com a Polícia Civil, testemunhas ligadas as empresas investigadas não estão comparecendo para prestar depoimento.

A polêmica envolvendo o lixo hospitalar começou quando um galpão foi encontrado com quase 200 toneladas de resíduos. No galpão deveriam funcionar duas empresas cadastradas no nome do deputado estadual Olyntho Neto (PSDB), filho de João Olinto. O parlamentar negou envolvimento.

Segundo a Polícia Civil, a empresa que fazia a coleta dos resíduos é do ex-juiz eleitoral João Olinto, que é pai do deputado. Ele e duas sócias da firma Sancil Sanantonio tiveram a prisão decretada e são considerados foragidos.

Duas pessoas foram intimadas pela 4ª Delegacia de Polícia de Araguaína, responsável pelas investigações, para prestar depoimento nesta segunda-feira (19), mas não compareceram. O delegado Romeu Fernandes informou que deve fazer a condução destas testemunhas durante a semana.

Nesta terça-feira (19) estão previstos os depoimentos dos fiscais da vigilância sanitária e da defesa civil que fizeram o flagrante do lixo. Até o momento, apenas o vigia do galpão e o frentista do posto de combustíveis, onde um caminhão com lixo hospitalar foi encontrado, foram ouvidos.

Investigação

O ex-juiz eleitoral teve a prisão decretada e é considerado foragido. Segundo a Polícia Civil, ele seria dono da empresa Sancil Sanantonio Construtora e Incorporadora LTDA, contratada pelo governo sem licitação para recolher o lixo de 13 hospitais do estado. Duas mulheres que aparecem como sócia da firma também tiveram a prisão decretada.

“Ele tinha a função de coordenar os trabalhos da Sancil por interpostas pessoas. Ele não constava na relação de sócios da empresa, mas ele utilizou de duas funcionárias do escritório de advocacia para o fim de constituir essa empresa”, relatou o delegado Bruno Boaventura.

Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra o ex-juiz eleitoral impedindo a entrada de fiscais da Prefeitura de Araguaína no galpão no distrito agroindustrial da cidade.

Conforme a Polícia Civil, o lixo encontrado no galpão saiu do Hospital Regional de Araguaína e de outros hospitais estaduais. Após o escândalo, o secretário de Saúde do Tocantins, Renato Jayme, reconheceu que a empresa não tinha capacidade técnica para o trabalho.

O Estado suspendeu o contrato com a Sancil e chamou outra empresa para recolher o lixo dos hospitais em caráter emergencial. Apesar dos danos ambientais e da contratação de uma empresa, pela Prefeitura de Araguaína, para retirar o lixo do galpão irregular, segundo o secretário não houve prejuízos pros cofres públicos.