DestaqueEstado

Servidores denunciam cargos fantasmas e nepotismo na Unitins

Divulgação
Divulgação

Um grupo de servidores da Fundação Universidade do Tocantins (Unitins), emPalmas, denunciou irregularidades na contratação de funcionários na universidade. A instituição tem cerca de 140 servidores concursados e outros 123 em contratos temporários. Segundo o reitor Joaber Macedo, esses contratos tem previsão de encerramento no fim do ano.

De acordo com um funcionário da instituição, que preferiu não se identificar, há uma série de irregularidades nas contratações, a começar por nomeações para cargos fantasmas, que não existem na estrutura, como por exemplo, de coordenadores de cursos. “Várias pessoas são nomeadas como coordenador de curso e não desempenham essa função. Desempenham apenas atividades administrativas. Há casos também de cursos que não existem e que têm coordenadores”, relata.

Presidente do Sisepe diz que órgão não se omitiu sobre irregularidades da Unitins (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Presidente do Sisepe diz que órgão não se omitiu
sobre irregularidades na Unitins
(Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Os funcionários reclamam também que as 11 pessoas contratadas para o cargo de engenheiro de software recebem um sálário superior aos analistas de sistemas contratados, embora desempenhem a mesma função.

A comissão de servidores concursados acusam o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Tocantins (Sisepe), Cleiton Pinheiro, de omissão em relação aos problemas da universidade. A esposa de Cleiton Pinheiro é servidora comissionada na instituição e em julho deste ano recebeu um aumento de salário de 118%. O presidente nega que esteja se omitindo. “O salário que ela foi contratada dentro do contrato hoje nos recursos humanos é o contrato que está de acordo com a tabela de vencimentos da Unitins, eu não vejo nada de ilegal e nem de imoral até porque eu não sou o gestor da universidade e o Sisepe nunca foi omisso”, argumenta Pinheiro.

Outro servidor diz que faltam critérios na contratação de estagiários, o que gera casos de nepotismo. “Não existe publicado no edital de convocação a contratação que seja pelo Sine ou pelo IEL [instituto dos serviços da indústria no Tocantins]. E inclusive existe a filha de uma pró-reitora e a filha de uma diretora que estão estagiando lá.”

Reitor da Unitins afirma que todos os contratos serão encerrados no final do ano (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Reitor da Unitins afirma que todos os contratos
serão encerrados no fim do ano
(Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Segundo o reitor Joaber Macedo não foi possível contratar os funcionários, principalmente da área de tecnologia com um salário menor. Ele disse ainda que todos os contratos vão ser encerrados no fim do ano. O concurso da Unitins está previsto para o ano que vem.

Ainda segundo o reitor não há desvios de funções na universidade e ele não vê problemas na falta de critérios para contratar estagiários e nem dos próprios servidores empregarem os próprios parentes. “Esta seleção é feita por nós mesmos, quem seleciona estes estagiários sou eu e eu não tenho nenhum parente estagiando aqui, não vejo problema nenhum de ter parentes de funcionários, isso não é levado em conta”, se defende o reitor.

Outros escândalos
Em 2009, a Unitins foi descredenciada pelo Ministério da Educação (MEC) por cobrança de mensalidades por parte de uma instituição pública de ensino, problemas de qualidade na oferta dos cursos e a delegação de competências acadêmicas para parceiros não credenciados pelo ministério na oferta de cursos superiores na modalidade a distância. Foi constatada também a oferta dos cursos a distância em polos irregulares e quantidade insuficiente de professores e tutores, segundo informações do MEC.

(G1)