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Pesquisa demonstra viabilidade das ações de Hanseníase no Tocantins

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A Universidade Federal do Ceará (UFC) em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde realizou no período de 2009 a 2010, pesquisa para identificar os determinantes responsáveis pelos elevados coeficientes de detecção da hanseníase no Estado. Foram entrevistados profissionais de saúde, gestores municipais, Agentes Comunitários de Saúde e usuários de 79 municípios do Tocantins. De acordo com a assessoria de comunicação da Sesau, a pesquisa demonstrou a viabilidade das ações de controle da doença e apontou algumas recomendações para melhoria do serviço.

Dentre os aspectos positivos no trabalho realizado pelo Estado foi citado o trabalho das Assessorias Técnicas Especializadas, que são equipes composta de nove médicos e 13 enfermeiros que percorrem o Estado ajudando os municípios na detecção de casos e capacitações dos profissionais de saúde. Conforme assessoria, outro ponto positivo da pesquisa é alta cobertura da Estratégia Saúde da Família que facilita o acesso ao tratamento e a detecção de casos.

Para o médico Infectologista e pesquisador da UFC, Alberto Novais Ramos o Tocantins está no caminho certo para conseguir alcançar níveis aceitáveis de detecção de casos da doença. “Com uma equipe comprometida, que busca realizar ações que surtam efeitos e parceiras eficientes para o controle da doença, o Estado necessita agora melhorar a integralidade do atendimento ao usuário. A atenção básica deve ser incorporada à rotina de ações de prevenção e controle. Já a vigilância epidemiológica carece melhorar a analise e o monitoramento dos dados disponíveis para pautar suas ações na gestão”, explica o pesquisador.

De acordo com a assessoria, os resultados da pesquisa irão proporcionar ao Estado uma reavaliação e reorganização das ações, como explica a diretora de Doenças Transmissíveis da Sesau, Adriana Cavalcante. “Agora sabemos em que ponto está faltando investimentos, quais ações estão dando certo, tudo a partir de agora poderá sofrer mudanças”, disse.

Já o secretário de Estado da Saúde, Nicolau Esteves disse que toda e qualquer mudança deve ser benéfica para o controle da doença, que segundo ele causa um grande impacto na saúde pública. “Hoje não podemos perder trabalhadores ativos devido à sequelas de uma doença que tem cura. Temos uma vigilância ativa que busca soluções para prevenir este agravo, o que falta é garantir uma assistência preventiva à nossa população”, enfatiza o secretário.

A pesquisa
A Sesau ainda informou que o Projeto IntegraHans – Mapatopi foi desenvolvido nos Estados do Pará, Maranhão, Tocantins e Piauí. Foram pesquisados determinantes epidemiológicos, clínicos, psicossociais e operacionais. Dos dados apresentados pela pesquisa podemos destacar que 25% dos entrevistados apresentaram algum grau de incapacidade e boa parte destes foram homens. Outro detalhe apontado é o alto índice se sequelas nos pés de trabalhadores rurais. O índice de seqüela nos pés dos entrevistados chega a 55%.

Este resultado demonstra que o aspecto de gênero é fundamental. A pesquisa mostrou que as mulheres tem mais cuidado com a saúde do que os homens, por isso são necessários trabalhar ações para cada gênero e faixa etária.

Segundo a Sesau, na pesquisa também fico claro que existem migrações de pacientes devido a doença. Muitos pacientes procuram outros municípios e até estados para receber diagnósticos e tratamento. Este fluxo de pessoas é mais perceptivo nos estados do Pará, Maranhão e Piauí, no Tocantins devido às facilidades de atendimento e tratamento este processo de mudança não é tão comum.

Os entrevistados também sugeriram na pesquisa um melhor trabalho de educação permanente para os profissionais de saúde, com módulos in loco. A pesquisa recomenda a parceria com Universidades existentes em Palmas e Araguaína para participarem deste processo.

De acordo com a Sesau, outra recomendação da pesquisa e a necessidade de estimular os municípios para que eles desenvolvam ações para o controle da doença.

(CleberToledo)