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Pai de cinco filhos, sendo 3 adotivos, aposentado se dispõe a acolher crianças em Araguaína

O segundo personagem da série ‘Pais que cuidam’ é o aposentado Manoel Virgínio, 67 anos, casado e pai de cinco filhos, três deles são adotivos.

As entrevistas em comemoração ao Dia dos Pais, celebrado neste domingo (14), têm como objetivo contar histórias de moradores araguainenses que assumem e vivenciam a paternidade superando dificuldades financeiras, sociais e preconceitos.

Manoel é maranhense, nasceu em Riachão, boa parte da vida morou na zona rural com a família em um município com pouco mais de 4.500 habitantes. Até 2018, o sustento da casa era obtido por meio da agricultura, agora ele trabalha como vigilante em uma empresa. “Tínhamos uma terra em Barra do Ouro, com a morte do meu pai, vendemos a propriedade e nos mudamos para Araguaína há quatro anos”, explicou.

Para Manoel, a paternidade é uma decisão que não depende dos laços sanguíneos. Casado há 40 anos com Maria do Espírito Santo, o casal possui dois filhos biológicos: Roberto e Ivani. Os outros três foram adotados ainda na infância: Railany, Junior e Hernani.

“O pai é aquele que assume e ajuda os filhos, por isso não tem diferença para mim, todos receberam o mesmo tratamento”, disse o aposentado.

Ser pai é uma decisão

A família foi aumentando naturalmente, antes dos filhos receberem um novo lar, Manoel conta que viviam em vulnerabilidade social. “Na maioria dos casos, a mãe deles não tinha condições de criar e passou as crianças para a minha esposa, que me perguntou o que eu achava, eu disse para ela: ‘Vamos cuidar’”, afirmou.

Hoje, os filhos adotivos são adultos, atuando no mercado de trabalho e não moram mais com o casal. Dois vivem no Estado do Mato Grosso e uma em Araguaína. Ele reconhece a importância de amparar e assegura que cumpriu o seu papel como pai.

“Adotar é bom, porque você pode oferecer um futuro melhor, todos agradecem muito por termos acolhido, são bons filhos e nos ligam direto”, reforçou.

Adoção de valores

Além de prover o alimento da casa seja trabalhando no campo ou na cidade como vigilante, a paternidade é exercida por meio do diálogo. Manoel conta que fez questão de educar os filhos com valores que aprendeu e considera essenciais.

“Eu sempre conversei com eles, ensinei a responsabilidade para cada um, todos estudaram. Quando saía de casa, tinha que falar onde e com quem, para não se perderem com más companhias”, citou.

Exemplo

O filho biológico, Roberto Nascimento, mora na cidade, trabalha como auxiliar de rede e sempre visita a casa dos pais. Aos 35 anos, ele confirma a importância da figura paterna em sua vida. “Meu pai é exemplo de educação, força e nossa convivência é muito importante para mim”, pontuou.

‘Família Acolhedora’

Recentemente, Manoel e a esposa estão em processo de capacitação para participarem do ‘Família Acolhedora, serviço do Município que tem como intuito encontrar pessoas dispostas a acolher temporariamente crianças e adolescentes em situação de risco pessoal e social.

“Eu fiquei sabendo do ‘Família Acolhedora’ devido a van que vem deixar os alunos no colégio em que eu trabalho. O que me motivou foi a história e o pedido, eu fiquei comovido, quando ele me disse que não tinha pai e nem mãe e perguntou se eu não poderia acolhê-lo”, contou Manoel.

A família acolhedora que obtiver a guarda temporária receberá, dentro dos trâmites legais, uma bolsa-auxílio. As inscrições podem ser feitas presencialmente na Secretaria Municipal da Assistência Social, Trabalho e Habitação, situada na Rua Humberto de Campos, nº 508, Bairro São João, ou pelo site https://bit.ly/3t5bCE5.

Manoel Virgínio

Fonte: AF Noticias