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Areja critica instalação de quiosque de capim dourado em shopping; Amastha diz que documento não é de associação e que acionará a Polícia

Divulgação

A Associação dos Artesãos em Capim Dourado da Região do Jalapão (Areja) divulgou nota em que repudia a instalação de um espaço de comercialização de artesanato em capim dourado a ser explorado por um empresário no Capim Dourado Shopping.

Conforme a presidente da entidade, Ana Cláudia Matos, neta da pioneira da arte do capim dourado, Dona Miúda, em 2008, o empreendedor Carlos Amastha prometeu à avó dela, falecida recentemente, que, em troca do uso do nome Capim Dourado em seu empreendimento cederia, sem qualquer custo à Areja, espaço para comercialização do artesanato. “E isso é fato fartamente documentado”, afirma Ana Cláudia na nota.

“Nos surpreende a notícia de que esse espaço estaria sendo ocupado por um comerciante que compraria “preferencialmente” nossos produtos para revender. Me espanta sobremaneira que um empresário da projeção do Senhor Carlos Amastha descumpra um compromisso firmado com centenas de pessoas de uma comunidade pobre, que tem no artesanato em capim dourado sua única fonte de renda. E me dá medo o fato de que esse empresário, que declaradamente tem pretensões políticas, e de ser prefeito de Palmas, não leve em consideração a primeira promessa feita a uma comunidade”, diz a presidente da Areja na nota.

O quiosque que vende exclusivamente artesanato de capim dourado foi inaugurado no dia 25, próximo à Praça de Alimentação e é comercializado por um operador local, conforme o empreendimento, “atendendo assim todas as exigências administrativas de funcionamento de uma loja em shopping center”.

Ainda de acordo com a Assessoria de Imprensa do shopping, em todo o mobiliário do quiosque foram investidos pelo empreendedor R$ 28 mil. No contrato, firmado entre o empreendimento e o operador, é exigido que todos os produtos comercializados sejam da região do Jalapão e que preferencialmente sejam comprados de associados da Associação dos Artesãos da Região do Jalapão (Areja). O valor arrecadado com o aluguel do espaço também será integralmente destinado para projetos de manejo, confecção de artesanato e qualificação de mão de obra do Jalapão.

Amastha classificou, na inaguração do quiosque, o projeto como de cunho socioambiental. “Bandeira que o Grupo Skipton não somente defende, mas também coloca em prática”, afirmou o empresário na ocasião. “A região do Jalapão necessita de muitos investimentos e estamos fazendo a nossa parte”, disse Amastha. Segundo eleo espaço obrigatoriamente terá que vender artesanato de capim dourado com certificado de origem e feito por artesãs do Jalapão, dando preferência de compra aos associados da Areja.

“Caluniosa e política”
Também em nota na manhã desta segunda-feira, 30, Amastha afirmou que a nota divulgada “não é de autoria da Areja”. “Principalmente pelas diferentes formas em que foi escrito o comentário de abertura e nota de fato”, avaliou o empresário. “Lamento e repudio que se permita utilizar de instrumentos de governo para redigir tal documento com o único intuito de atacar a iniciativa privada. Está claro que é uma nota caluniosa e de cunho exclusivamente político”, disse.

Ela informou que está acionando a Polícia para que investigue a origem da nota. “E que seja preservada a imagem de Dona Miúda.”

Amastha ressaltou ainda que “todas as acusações da nota são falsas, principalmente quando diz que o Capim Dourado Shopping firmou compromisso com a Areja”. “Sempre busquei em todas as ações e projetos valorizar, incentivar e respeitar a história e o trabalho de dona Miúda, assim como de todos os que trabalham com o capim dourado e dele tiram o seu sustento”, garantiu.

Para ele, todo o processo de confecção de artesanato de capim dourado não é “uma exclusividade da Areja, mas de todos os moradores do Jalapão que se interessam por esse valoroso trabalho”. “Por isso, com venda de produtos da Areja ou não, o Capim Dourado manterá o quiosque em pleno funcionamento exigindo que todos os produtos comercializados sejam da região do Jalapão e que preferencialmente sejam comprados de associados da Areja. O valor arrecadado com o aluguel do espaço também será integralmente destinado para projetos de manejo do capim dourado, confecção de artesanato e qualificação de mão de obra do Jalapão”, disse.

Confira a seguir a íntegra da nota da Areja:

NOTA DE REPÚDIO

A Areja – Associação dos Artesãos em Capim Dourado da Região do Jalapão, vem a público declarar seu repúdio à atitude do Senhor Carlos Amastha pela instalação, no Shopping Capim Dourado, em Palmas, de espaço de comercialização de artesanato em capim dourado a ser explorado por um empresário. A Areja é a Associação que congrega todas as outras associações de artesanato em capim dourado da região do Jalapão, é única detentora do Selo de Indicação Geográfica do artesanato em capim dourado no Tocantins e vem, juntamente com a Secretaria de Estado da Cultura e o Sebrae-TO, desenvolvendo um trabalho que visa possibilitar aos artesãos a venda direta ao consumidor final, sem atravessadores, com o intuito de melhorar a renda e a qualidade de vida das famílias envolvidas.

Em 2008, o Senhor Carlos Amastha prometeu – e isso é fato fartamente documentado – a minha avó Dona Miúda (hoje falecida) que, em troca do uso do nome “Capim Dourado” em seu empreendimento cederia, sem qualquer custo à Areja, espaço para comercializarmos nosso artesanato. Nos surpreende a notícia de que esse espaço estaria sendo ocupado por um comerciante que compraria “preferencialmente” nossos produtos para revender. Me espanta sobremaneira que um empresário da projeção do Senhor Carlos Amastha descumpra um compromisso firmado com centenas de pessoas de uma comunidade pobre, que tem no artesanato em capim dourado sua única fonte de renda. E me dá medo o fato de que esse empresário, que declaradamente tem pretensões políticas, e de ser prefeito de Palmas, não leve em consideração a primeira promessa feita a uma comunidade.

Ana Claudia Matos
Presidente da Areja

Confira a seguir a íntegra da nota do empresário Carlos Amastha:

“Nota

Sobre nota enviada à imprensa pela Associação dos Artesãos da Região do Jalapão (Areja), o empreendedor Carlos Amastha esclarece que:

– Está evidente que a nota não é de autoria da Areja, principalmente pelas diferentes formas em que foi escrito o comentário de abertura e nota de fato. Estaremos acionando a polícia para que investigue a origem da nota e que seja preservada a imagem de Dona Miúda.

– Ressalto ainda que todas as acusações da nota são falsas, principalmente quando diz que o Capim Dourado Shopping firmou compromisso com a Areja. Sempre busquei em todas as ações e projetos valorizar, incentivar e respeitar a história e o trabalho de dona Miúda, assim como de todos os que trabalham com o capim dourado e dele tiram o seu sustento.

– Acredito que todo o processo de confecção de artesanato de capim dourado não seja uma exclusividade da Areja, mas de todos os moradores do Jalapão que se interessam por esse valoroso trabalho. Por isso, com venda de produtos da Areja ou não, o Capim Dourado manterá o quiosque em pleno funcionamento exigindo que todos os produtos comercializados sejam da região do Jalapão e que preferencialmente sejam comprados de associados da Areja. O valor arrecadado com o aluguel do espaço também será integralmente destinado para projetos de manejo do capim dourado, confecção de artesanato e qualificação de mão de obra do Jalapão.

Carlos Amastha”

(CleberToledo)