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Insegurança assusta comércio em Araguaína; criminalidade leva comerciantes a investirem como nunca em segurança

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Não há um dado oficial que ateste o aumento do número de assaltos no comércio de Araguaína, mas os comerciantes não têm dúvidas: a insegurança nunca foi tão grande.

Na Avenida Cônego João Lima, mais importante centro comercial da cidade, os furtos são cada vez mais comuns. Os alvos são os mais diversos, desde lojas de roupas até mesmo salões de beleza.

Mas de acordo com a Polícia Militar, nenhuma avenida comercial registra tantos assaltos quanto a Prefeito João de Souza Lima. Próxima da Feirinha, reduto de usuários e traficantes de drogas, os comerciantes que trabalham no local se queixam do alto número de arrombamentos, furtos e roubos, muitos deles realizados em plena luz do dia. De acordo com eles, os criminosos tem sido cada vez mais ousados. “Na última semana, tentaram entrar três vezes aqui na loja. Não sei mais o que fazer para inibir a ação dos bandidos. Antigamente, eles agiam mais à noite, mas hoje eles não tem pudores. Qualquer hora é hora!”, contou revoltada uma comerciante que preferiu não se identificar.

Seis cadeados
Leide Silva, proprietária de uma salão de beleza na Prefeito, afirma que por causa da onda de crimes, teve que investir pesado em segurança. Além das grades que instalou recentemente, a cabeleireira conta que usa seis cadeados nas portas do estabelecimento. Para ela, a polícia deveria se fazer mais presente no local. “Eu queria mais policiais na rua. Por causa da criminalidade, me sinto presa dentro do meu próprio local de trabalho“, afirmou ela.

Na companhia do medo
Trabalhar com medo de ser vítima de criminosos a qualquer momento. Isso tem feito parte da rotina de Maxuel Oliveira, outro comerciante da Avenida Prefeito João de Souza Lima. Ele reclama da falta de segurança durante o expediente. “A gente vem trabalhar porque é o jeito, mas às vezes em casa, antes de vir para o serviço, bate aquele desânimo. Você fica pensando: poxa, semana passada foi o comerciante do lado. Será que agora é minha vez?”, questiona ele.

Para Maxuel, contudo, o problema da criminalidade é consequência de vários fatores. “Falta educação de qualidade. Falta uma polícia eficiente de combate as drogas. Para sustentar o vício, muitos usuários de drogas da Feirinha furtam, roubam e até são capazes de matar. Além disso, faltam leis mais duras“, destacou.

Investimento em segurança privada
Quem passeia pela Avenida Prefeito João de Souza Lima ou pela Cônego, pode perceber: as grades já se incorporaram a paisagem; já são parte do cenário. São dezenas delas, espalhadas por todo o comércio. Além disso, câmeras de segurança, com circuito interno de TV, alarme antirroubo e outras ferramentas complementam cada vez mais o sofisticado e caro sistema de seguranças das empresas araguainenses.

Para Luciléia Santana, outra empresária que trabalha na Prefeito, a tecnologia é uma aliada no combate a criminalidade, mas não resolve o problema, só o ameniza. Ela reclama do alto custo dos equipamentos de segurança: “Nós sabemos que os investimentos que fazemos em segurança são necessários, mas eles demandam um custo elevado. Graças a Deus, minha loja nunca foi assaltada, mas o estabelecimento aqui do lado foi assaltado dezenas de vezes. Isso nos leva a crer que por mais dinheiro que tenhamos que gastar em equipamentos, eles são indispensáveis”.

(Portal O Norte)