DestaquePalmas

Homem para carro em rotatória, arranca faixa do Dia da Mulher e sai cantando pneus

Um motorista agiu com arrogância, desrespeito e violência contra uma manifestação pacífica organizada por mulheres em Palmas, nesta terça-feira, 8 de março, exatamente no dia dedicado às mulheres.

Um grupo de militantes da Marcha Mundial das Mulheres estava colocando faixas em uma das rotatórias da Avenida JK, na capital, quando um homem para o seu veículo no meio da pista, desce aos gritos, arranca a faixa e joga-a em cima do carro.

“Aqui é Bolsonaro, caralho!”, diz o motorista antes de sair ‘cantando’ os pneus.

Nós fomos colocar a primeira faixa por volta das 5h30 da manhã. A gente estava batendo o martelo [na faixa] na rotatória em frente ao Bradesco, quando o rapaz parou o carro e começou a gritar: ‘Bolsonaro, Bolsonaro’, e foi pra cima da gente. Daí começamos a se afastar, então ele arrancou a faixa e carregou. Ele jogou o carro pra cima da gente inicialmente”, conta uma das militantes da Marcha e diretora de Mulheres da UNE , Carol Azevedo. “Eu fiquei paralisada, pois achei que ele fosse nos bater, fosse violentar a gente. Só depois conseguimos pegar o celular para gravar”, completou.

Carol explica que as faixas fazem parte do movimento alusivo ao Dia Internacional da Mulher, realizado todos os anos por várias organizações e movimentos feministas. “Estávamos colocando essas faixas desde ontem à noite, com várias outras entidades. Isso [retirada de faixas] já aconteceu em outros anos, mas especificamente este ano foi mais violento, acho que possivelmente por ser um ano eleitoral”, comentou.

A jovem informou ao portal AF Notícias que o motorista já foi identificado e registrado um Boletim de Ocorrência contra ele na Polícia Civil. “A violência com que ele teve tranquilidade para fazer não é uma coisa que deve passar impune. Já foi registrado um boletim de ocorrência coletivo”, disse.

“Se ele foi capaz de fazer isso por conta de uma faixa, que dirá em outras situações”, acrescentou.

Com esse ato, ele deu uma dimensão maior para o 8 de março de muita resistência e luta. Transparece o tanto que é importante que as mulheres continuem organizadas para combater esse tipo de violência na política, no cotidiano”, destacou Carol. “Esse episódio é só a expressão do que as mulheres sofrem todos os dias. Esses agressores se sentem legitimados por um presidente, se sentem representados na sua violência”, finalizou a militante.

Fonte: AF Noticias