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Feminicídio cresce e projeto dá orientação e apoio a mulheres em situação de violência

No Tocantins, o registro de casos de violência diminuiu, segundo a Polícia Militar, mas pode não refletir a realidade

O relatório produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) destaca que os casos de feminicídio cresceram 22,2%, entre março e abril deste ano, em 12 estados do País, comparando com 2019. Nos meses de março e abril, o número de feminicídios subiu de 117 para 143. Segundo o relatório, o estado em que se observa o agravamento mais crítico é o Acre, onde o aumento foi de 300%.

No Tocantins, a Polícia Militar (PM) registrou, neste primeiro trimestre, uma redução de 14% em ocorrências de violência doméstica em todo o Estado em comparação a 2019. Até março deste ano, foram registradas 688 ocorrências; e em 2019, foram 804. As estatísticas contemplam violência física, psicológica e patrimonial doméstica contra a mulher.

Sobre a quarentena, os dados apontam que também houve uma redução de 39% se comparados ao mesmo período do ano passado. “Os registros confirmam queda na abertura de boletins de ocorrência, evidenciando que, ao mesmo tempo em que as mulheres estão mais vulneráveis durante a pandemia, têm mais dificuldade para formalizar queixa contra os agressores e, portanto, para se proteger”, disse a professora e ativista contra a violência contra a mulher, Anna Carolina do Vale Pinheiro, que integra o grupo de Acolhida Jurídica do Projeto Sal de Palmas.

Os fatores que explicam essa situação são a convivência mais próxima dos agressores. “Essas mulheres em situação de violência podem ser impedidas de se dirigir a uma delegacia ou a outros locais que prestam socorro. Por isso, estamos com a acolhida jurídica e psicológica gratuitas pelo Projeto Sal de Palmas que conta com um time de especialistas para atender essa mulher”, explica a idealizadora do Projeto Sal de Palmas, a consultora de negócios Leia Freitas.

Com a pandemia, as mulheres vítimas de violência acabam tendo sua rede de apoio comprometida, em virtude das medidas de isolamento, além de ter de conviver com o agressor. “A violência pode ser física, psicológica, moral, patrimonial e sexual. Por isso, a mulher que procura o Projeto Sal de Palmas é acolhida, passa por uma escuta ativa e conforme a avaliação do profissional que a recebeu, pode ser encaminhada para um profissional específico, dentro ou fora do projeto. Temos: psicólogos, administradores, coaches, treinadores comportamentais, ou seja, profissionais da área do desenvolvimento pessoal. Ser acolhida e poder falar de todos esses sentimentos para alguém que não a julgará, faz a mulher se sentir fortalecida e encorajada a reagir e agir.”, explica a psicóloga e coach, Nair Netto.

Fonte: Precisa Assessoria