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Diretor do Instituto Butantan assume coordenação de testes de coronavírus em SP

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Tadeu Covas, assumiu a coordenação dos testes de coronavírus no estado de São Paulo.

Segundo publicado no Diário Oficial nesta quinta-feira (2), Tadeu Covas passa a ser responsável pela Plataforma de Laboratórios de diagnóstico de coronavírus.

Pelo texto, caberá à plataforma, além de realizar os testes, proceder avaliações técnicas para aquisição de insumos e definir protocolos de trabalhos. Com medida, o Instituto Adolfo Lutz passa a ser subordinado a Dimas Covas.

Em entrevista à Globo News na manhã desta quinta, o diretor disse que a mudança serve para dar agilidade aos trabalhos.

“Eu tenho uma boa notícia em relação aos testes. Ontem, o secretário da Saúde baixou uma resolução que foi publicada hoje de manhã e colocou o Instituto Butantan como sendo o coordenador da Rede Estadual de Laboratórios e diagnósticos para o covid-19”, celebrou.

“Isso significa que nós vamos mudar muitos esses procedimentos, vamos agilizar todos eles e vamos dar uma dinâmica diferente à questão dos testes laboratoriais. Agora, como coordenador eu vou, imediatamente, fazer as versões para que todos os laboratórios que tenham pedidos de habilitação sejam habilitados”, explicou.

O Instituto Butantan aguardava há uma semana a certificação para começar a realizar testes para o diagnóstico de coronavírus.

Ante da criação da plataforma, a certificação tinha que ser dada pelo Instituto Adolfo Lutz, que é vinculado à Secretaria Estadual da Saúde.

Nesta quarta-feira (1), o Lutz autorizou mais três laboratórios do interior paulista a fazer testes: um na Unicamp, um na Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto e outro no Hospital das Clínicas na mesma cidade.

As instalações de um novo laboratório no Instituto Butantan começaram no dia 25 de março. O espaço recebeu uma pipetadora e equipamentos de extração do RNA do vírus e de RT-PCR automatizados, conforme informado em nota ao G1.

O Butantan também já adquiriu os primeiros lotes de reagentes necessários para a realização dos exames e está implementando um software de rastreabilidade de amostras.

Laboratórios e turnos

O coordenador afirmou que à frente da coordenação dos testes, irá ativar a rede da USP, que tem capacidade para realizar 45 mil exames por mês, e ampliar o turno das atividades.

“Vamos ativar os Lutz [laboratórios] regionais, que devem passar a fazer exames amanhã, no máximo até segunda-feira e vamos também tentar implementar um segundo turno de atividades. Com isso podemos ter aí rapidamente as 12 mil amostras”.

De acordo com Covas Tadeu, o governo paulista negocia a importação de mais de 1 milhão de testes para ampliar a capacidade de diagnóstico.

“O estado de São Paulo vai importar um 1,3 milhão de testes. Neste momento nós estamos em negociação direta com o governo da Coreia. Esperamos que estes testes cheguem aqui ainda na primeira quinzena de abril”, afirmou.

Força-tarefa

A secretaria estadual de Saúde disse que fará uma força-tarefa para resolver, ainda nesta quinta-feira (2), o problema do acumulado de óbitos que aguardam resultado de exame de coronavírus no estado.

Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (1°), o secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann, disse que o estado tem 201 óbitos para confirmar se a causa da morte foi coronavírus.

De acordo com o secretário, já é esperado o resultado positivo para Covid-19 em parte desses exames. O número de exames de óbitos que ainda aguardam confirmação é superior ao número de mortos já confirmados no estado pela doença, 164.

“Uma parcela desses 201 óbitos acumulados vai dar positivo. São pessoas que estavam com Covid-19 e que não foram confirmados na época do óbito, vai ser agora”, afirmou o secretário estadual de Saúde, José Henrique Germann.

Germann disse que os 201 óbitos fazem parte dos 16 mil exames retidos e aguardando resultado no instituto Adolfo Lutz, que faz a confirmação do diagnóstico.

“O número de exames hoje que estão represados são de 16 mil exames. Desses, 201 são óbitos que já ocorreram”, afirmou Germann.

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“O laboratório central do Adolfo Lutz tem uma capacidade de 1200 exames por dia. Nas duas últimas semanas, tivemos um problema com insumos e agora foi automatizado para dar vazão e melhorar o processo. Esses exames serão processados no dia de hoje e manhã estarão determinados em uma força-tarefa com as unidades do interior do estado”, explicou o secretário.

Segundo ele, “de hoje a segunda (6)”, os exames serão acelerados com a aquisição de novos insumos.

“Nós conseguimos os insumos necessários importando 20 mil kits de processamento de exames dos EUA e mais 40 que chegarão ao cabo dos próximos 10 dias. Isso dá ao Lutz e aos seus laboratórios regionais, como o Instituto Butantan, uma condição melhor de matéria-prima”, disse Germann.

Fonte: G1 – São Paulo