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Darci, Michel, Rhyllary, Leiliane: heróis de 2019 relembram dramas vividos e projetam o futuro

Darci, Michel, Rhyllary e Leiliane não se consideram heróis. Rejeitam o rótulo. Mas os atos protagonizados pelos quatro podem, de longe, ser considerados extraordinários. Graças a eles tragédias que assolaram o país em 2019 não deixaram ainda mais vítimas.

Darci Martins Neto abriu as portas de sua creche e ajudou levar às pressas pacientes do hospital Badim, tomado por um incêndio de grandes proporções.

Michel Fernandes Guimarães interrompeu a busca por parentes para salvar do meio da lama duas irmãs em situação crítica após o rompimento da barragem em Brumadinho.

Rhyllary Barbosa dos Santos lutou com o invasor de uma escola de Suzano e conseguiu abrir a porta da escola para que seus colegas escapassem do autor do massacre.

Leiliane Rafael da Silva ajudou a socorrer o motorista de um caminhão atingido pelo helicóptero em que estava o jornalista Ricardo Boechat.

Nesta retrospectiva, os quatro relembram o drama vivido no ano e fazem planos para um 2020 de recomeço e esperança.

Darci Martins Neto e o incêndio no Badim

Heróis anônimos de 2019: o dono da creche que ajudou no incêndio do Hospital Badim (RJ)

Heróis anônimos de 2019: o dono da creche que ajudou no incêndio do Hospital Badim (RJ)

“As imagens vêm na cabeça de vez em quando. Às vezes a gente está ali na porta e olha para dentro da creche e vê aquela multidão de gente que estava aqui. Quem nos conhece sabe. Tanto eu, quanto a Jaqueline, quanto qualquer pessoa, a gente fez de coração aberto. Até os bombeiros falaram para a gente: ‘Vocês salvaram muitas vidas. Vocês são heróis.’ Mas não, a gente não tem esse rótulo. A gente só é humano”, afirma Darci Martins Neto.

Michel Fernandes Guimarães e o desastre de Brumadinho

Heróis anônimos de 2019: o homem que resgatou vítimas da tragédia em Brumadinho (MG)

Heróis anônimos de 2019: o homem que resgatou vítimas da tragédia em Brumadinho (MG)

“A gente foi no intuito de achar os nossos familiares, no caso o meu irmão e a irmã do Jeferson, a Jussara. Mas a gente se deparou com essas duas vítimas lá no barro. A gente não achou nossos familiares, mas a gente não podia deixar essas vítimas lá. Foi uma coisa assim de impulso (…) Eu não me acho um herói porque eu acho que qualquer um que tivesse no meu lugar, ali naquela hora, fazia aquilo”, afirma Michel Fernandes Guimarães

Rhyllary Barbosa dos Santos e o massacre em Suzano

Heróis anônimos de 2019: a menina que lutou com o autor do massacre em escola de Suzano (SP)

Heróis anônimos de 2019: a menina que lutou com o autor do massacre em escola de Suzano (SP)

“O que esperar do futuro? Que eu me torne uma grande pessoa, um ser humano melhor. Que eu tenha uma bela carreira, uma bela vida, porque a gente vive tão pouco tempo, né? Então a gente precisa aproveitar cada momento disso. É que eu acho que a vida é curta, que a gente tem de aproveitar cada momento, porque a vida é um sopro e 2019 foi o ano que veio para realmente falar que a vida é um sopro, e você pode estar feliz, estar alegre hoje, mas amanhã você pode simplesmente morrer. A gente tem de aproveitar e estar atento a tudo”, diz Rhyllary Barbosa dos Santos

Leiliane Rafael da Silva e o acidente com Boechat

Heróis anônimos de 2019: a mulher maravilha que salvou caminhoneiro na Avenida Anhanguera (SP)

Heróis anônimos de 2019: a mulher maravilha que salvou caminhoneiro na Avenida Anhanguera (SP)

“Eu achei que o ano de 2019 já tinha começado complicado, eu já estava sem trabalhar, e sabia do problema de saúde, pelos hospitais que eu passava, diziam que eu tinha tumor cerebral. Já tinha sido internada e as pessoas achando que eu ia morrer, me deixaram 30 dias no hospital internada, dada como morta (…) Depois disso [do ato heróico] eu consegui o médico. Vi que minha doença tinha uma luzinha lá no fim, que era um tratamento caro e eu não teria chance mesmo, eu teria morrido mesmo. Sinceramente eu teria morrido”, conta Leiliane Rafael da Silva

Fonte: G1