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Como comprar biquínis pela internet neste verão

biquini-croche-tramaQuando lançaram a marca Yas, com vendas apenas pela internet, as empresárias Marcella Monnerat e Yasmin Jordão ainda se perguntavam se as mulheres realmente teriam coragem de comprar biquínis a distancia. Três anos depois — e já com espaço em duas lojas físicas, que dividem com outras marcas —, elas não têm mais dúvidas: as brasileiras vêm perdendo o medo de comprar moda praia on-line.

Os números de outras marcas também surpreendem. As vendas da Cia Marítima por e-commerce, por exemplo, cresceram 90%, comparando 2016 com 2015.

Há quem compre por já conhecer a modelagem das peças. Mas adquirir um biquíni sem nem ter experimentado um modelo similar pode ser menos arriscado do que se imagina. Quem trabalha nesse mercado tem suas dicas.

— Cortininha na parte de cima e lacinho na parte de baixo quase sempre dão certo. São modelos que se ajustam mais facilmente a vários tamanhos de seios e de quadris — explica Gaita Mello, gerente de produtos da Hope, que tem a linha de praia Resort.

Calcinhas com a lateral franzida são ótimas para quem tem quadril largo, segundo Gaita, já que não marcam. Vale a pena também investir em sutiãs com bojo removível, que atendem a vários tamanhos. O franzido, que faz sucesso nas laterais, também pode aparecer na parte de trás da peça.

— Biquíni franzido atrás dá uma levantada no bumbum, todo mundo gosta. Temos também um top com 12 possibilidades de amarrações. Procurar por modelos assim, reguláveis e ajustáveis, é sempre recomendável — afirma Marcella, da Yas.

Biquíni da Yas: franzido – Divulgação

Para Iracema Scharf, que tem uma linha de biquínis que leva seu nome e há poucos meses entrou no mercado brasileiro, depois de ter conquistado o europeu, foram as redes sociais que impulsionaram as vendas de biquíni pela internet.

— A interação entre consumidores e marcas cresceu. Assim, aumentou também o interesse em obter aqueles produtos sem ter que sair de casa. Na internet é possível achar peças inéditas, que você não encontra nas lojas físicas — explica Iracema.

Buscar marcas que sejam fiéis aos seus próprios padrões de tamanho é fundamental, explica Thidú Cortellini, que, junto com Maruska Gemelli, criou a marca Vilin, cujas vendas são principalmente pela internet.

— A compra on-line deixa o cliente feliz duas vezes: quando compra e quando recebe. Além disso, ainda cria aquela expectativa no consumidor — afirma Thidú. — Uma das nossas principais preocupações é manter os tamanhos sempre iguais. É muito frustrante adquirir algo com base num tamanho de compras anteriores e a peça não caber.

Modelo da Vilin: top cropped se esgotou em um mês – Divulgação

Entre os modelos mais comprados pelo site da marca, Thidú destaca o top cropped, justamente por se ajustar a vários tipos de corpo. No verão do ano passado, esse modelo começou a ganhar espaço nas praias cariocas. O que se espera agora é que ele vire uma espécie de marca registrada da estação.

— Cropped dá mais certo, mesmo que a pessoa nunca tenha experimentado o modelo que quer comprar. Ele cobre tudo, não tem risco de ficar algo de fora. Lançamos um modelo que se esgotou em um mês. Ele é preto e tem um corte mais sofisticado. Por isso, pode ser usado à noite também, nos programas que vêm depois da praia.

Já as hot pants, que ficam no meio do caminho entre o short e a calcinha e também fazem a linha “cobre tudo”, não são tão recomendadas para qualquer biotipo. A jornalista e agora empresária Carla Burle, consumidora voraz de biquínis on-line, diz que sempre fugiu desse modelo.

— Eu tenho muitas curvas, não cai bem — diz ela, que de tanto comprar na internet, resolveu criar sua própria marca, a Ayla, para também vender biquínis pela internet, a partir de janeiro.

Ainda assim, há modelos de hot pants que podem cair no gosto das consumidoras. Os da Vilin, por exemplo, são grandes e a parte de cima pode ser dobrada.

— Isso faz com que as pessoas não tenham tanto receio da marca de sol que ele vai deixar depois — diz Thidú.

Carla conta que uma de suas técnicas é sempre prestar atenção ao tipo de corpo da modelo que está usando o biquíni:

— Lembro da primeira compra de biquíni que fiz pela internet, de uma marca paulista pouco conhecida. A modelo tinha um bumbum parecido com o meu. Não pensei muito e comprei a peça que ela estava usando. Deu certo.

O body da Cia Marítima: modela o corpo – Divulgação

Os bodies também são uma boa alternativa para quem quer comprar sem experimentar. Um dos principais produtos da Cia Marítima, eles funcionam em programas fora da praia.

— A princípio, fizemos bodies para uma coleção específica, mas o sucesso foi tanto que eles viraram permanentes na marca. Tem gente que acha que só funciona para quem é bem magro, mas na verdade ele modela o corpo, independentemente do seu peso. Sempre cai bem — explica Flávia Vagen, diretora de marketing da marca.

Comprar um biquíni que não cabe também não é um grande problema. A vantagem da internet é que o cliente pode até mesmo ter o seu dinheiro de volta, se a troca for feita em até sete dias.

— É lei, qualquer um que compre fora do estabelecimento comercial pode ser reembolsado se esse prazo for respeitado — explica Marcella Monnerat, da Yas. — Além disso, na primeira troca que o cliente faz conosco, ele também não paga pelo envio do produto. Nós mandamos um cupom de postagem.
(OGlobo)