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Casos de escravidão no trabalho aumentam nas obras da capital

escravosNa última segunda-feira (30), foi encontrado em Palmas mais um caso de trabalhadores vivendo em condição análoga à escravidão. Cinco homens foram resgatados vivendo em condições degradantes em uma construção de um restaurante no centro de Palmas. Os próprios trabalhadores denunciaram a situação.

Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), os trabalhadores vieram do Pará e Maranhão e dormiam no depósito onde ficava o material de trabalho, em um ambiente mal iluminado, sem ventilação adequada e eletricidade.

O soldador Arison Paixão revela as condições em que viviam os trabalhadores nessa obra. “Todos dormiam pelo chão mesmo, acordava com barata passando por cima das pessoas. Para beber água tínhamos que ir direto na torneira que tinha água quente mesmo”, revela Arison.

Segundo o coordenador de fiscalização do MTE, Humberto Célio Pereira, todos estavam com salários atrasados e sem carteira de trabalho. “Eles estavam em condições degradantes sem chances de viver na cidade. Estavam sem carteira de trabalho assinada e tinham dois meses que não recebiam salário. Quando chegamos para a fiscalização, vimos que eles estavam passando privação aqui sem qualquer condição de sobrevivência no local”, observa.

Trabalhadores dormiam no depósito onde ficava o material de trabalho (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Trabalhadores dormiam no depósito onde ficava
o material de trabalho
(Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Esse caso revela a grande quantidade de trabalhadores encontrados em condições semelhantes à escravidão pela cidade. Nos últimos três meses, quase 30 trabalhadores foram resgatados nessas condições nas obras da cidade. “O que esta ocorrendo para o aumento desse número é que há muitas obras dentro do plano diretor de Palmas e há uma carência de mão de obra na cidade. As empresas estão trazendo esses trabalhadores de outras regiões do país e colocando eles nessas condições degradantes”, explica o coordenador Humberto Célio Pereira.

Ainda segundo o coordenador, o trabalhador pode denunciar quando estiver em condições degradantes como a desse caso na cidade. “Ele pode vir aqui na Superintendência Regional do Trabalho, pode também chamar a Polícia Federal e pode ir no Ministério Público do Trabalho e Federal e fazer sua denúncia”, afirma.

(G1)