Estado

Alunos da zona rural ficam mais de oito horas sem refeição por falta de merenda

Duas unidades da rede estadual de ensino de Novo Acordo estão enfrentando um problema sério: a falta de merenda escolar. Desde abril, a Escola Pedro Macedo está sem verba para comprar os alimentos. Já o Colégio Dom Pedro I passa pela mesma dificuldade há mais de uma semana e para tentar amenizar a situação, alunos do terceiro ano estão fazendo “vaquinha” entre todas as turmas para comprar o lanche. Apesar do problema, as aulas ocorrem normalmente e os mais penalizados são as crianças carentes que residem na zona rural e ficam mais de oito horas sem nenhuma refeição.

De acordo com o coordenador pedagógico da Escola Estadual Pedro Macedo, Aversino Alves Rodrigues, a Secretaria de Educação encaminha a verba da merenda para 100 dias letivos. Entretanto, o último repasse teria sido insuficiente. “Quando a gente detectou que ia haver esse problema, a gente fez uma reunião com a associação da escola, que é responsável pelos recursos, explicando que o dinheiro que o Estado tinha mandado não dava para manter o quantitativo de dias letivos. Documentamos tudo e mandamos para nossa Diretoria Regional que é em Palmas, pedindo uma solução, mas não tivemos uma resolutiva”, relatou o servidor ao CT.

O coordenador disse que houve a tentativa de reduzir a carga horária, já que a comunidade escolar é “muito carente”, com alunos da zona rural, que dependem da merenda escolar para suprir alguma refeição. Mas, segundo ele, o pedido foi negado. “Para cerca de 40% dos alunos a refeição que eles têm é essa aqui do colégio. O que está acontecendo é que as aulas estão normais e os alunos que tem condições trazem o lanche e os que não tem ficam sem merendar”, disse Rodrigues.

Todo o ano, segundo o servidor, o governo federal repassava uma contrapartida para a compra da merenda escolar, mas neste ano o repasse não teria sido feito e a conta ficou toda para o Executivo estadual. Aversino Rodrigues acredita que escolas de outros municípios, como Rio Sono e Palmas também estejam passando pelo mesmo problema. “O pessoal estava usando o saldo remanescente do ano passado, por causa da greve. Então, por isso ainda não tinha estourado essa bomba. No nosso caso, estourou antes porque a gente não entrou em greve”, revelou.